sábado, 10 de março de 2007

Deixa-me ver... até mesmo aquilo que não quero ver!
Pior cego é aquele que não quer ver!

segunda-feira, 5 de março de 2007

E era outra vez...


Era uma vez...



O medo...
O medo que tinha medo...

O medo que dava medo...

O medo que queria medo...

O medo... Do medo....

O medo contra o medo...

O medo corajoso...

De mãos dadas com o medo...

O teu medo...

O meu medo...

O medo dela...

O nosso medo...

Dispar...

A medo!

Se não posso ser melhor que eles...



A vingança será justa! Com a minha morte, voçês serão todos sepultados!

A coragem de o não ser!


AI! Falta-me o ar! Aaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiii! Deixem-me!
E tu aí que me apontas o dedo??????????? Que queres?
E tu também???? O que sabes de mim?
E tu?
E tu?
E aquele outro, ali???
Isso é mentira! Não tenho medo de mim!
Eu vivo! Eu vivo!!!!!!!!!!! Quem te disse que não vivo????????
Não, não me assusta isso!
E isso também não!!!!
Não, isso também não me incomoda!
Isso é secundário!
Isso é irrelevante!
Isso Não me importa!
Larguem-me! Deixem-me em paz! Larguem-me!!!!!!!!!!!!
Não! Não! Não quero ouvir! Não quero ver! Não! Não me apontem o dedo. Não gritem comigo! Não me apertem! Não me toquem!!!
Que nojo!
Que medo!
De onde vêm voçês todos???
Deixem-me… por favor… larguem-me todos. Não me persigam. Não entrem pela minha casa, pelo meu quarto, pelo meu peito….
Deixem-me… Deixem-me chorar… Deixem-me morrer… deixem-me esquecer….

quinta-feira, 1 de março de 2007

o tempo é um carro novo sem marcha atrás,

sem travão e com suspensões do arco da velha... não, não é um carro novo. novo só se for as dores nas cruzes que uma coisa daquelas me deixa...


-senhor doutor, tenho solução?
-se quer saber? não!!!
-o caralho, então?
-venha mais uma rodada... diz-me, quantos há dentro de ti?
-o que?
-carros, suspensões, tempos...
-(puta de jarda co gajo já leva, só pode) mas de que fala o senhor doutor?
-falo de ti!!! onde fica essa mesa? esse carro, essa estrada? onde é que te moves?
-lá fora.
-isso julgas tu... que queres que te diga mais? o euromilhões da semana que vem?
-doutor da fava, tá-me a dar um gozo desgraçado...

debaixo da pele, o que corre, o que aquece... o sangue, vivo, morto, nascido defunto de uma epiderme qualquer, que renega a cor, o calor...

-ontem ia na rua, atravessava um passeio, dei de pés com uma moeda senhor doutor... uma moeda, estranha, ali onde toda a gente olhava, e ninguem a viu
-quantos há dentro de ti mesmo?
-se soubesse não estava aqui...
-um cubo, um só cubo. Quantos lados tem?...

três, um cubo com três lados, e a moeda no bolso

-acabou o tempo, para a semana volte que tem muito que falar... e essa moeda, onde para?
-na cómoda, não saiu de lá... até já senhor doutor.