Não vieste… meti-me no autocarro para casa. Está escuro e as gotas de chuva escorrem pelo vidro. Estarás bem? Estarás zangada? Bem sei que és frágil, que te escondes de tantas verdade que ao longo dos anos te tenho contado. Esperei por ti. Aturei a ordinária que se pavoneava, rodopiando a bandeja com três dedos intervalados.
Por onde andas, miúda? Arranjaste mais um dos teus casos infrutíferos? Estou farto de te avisar… o amor anda de mãos dadas com o desamor. O amor grande parte da nossa vida, não chega. Chega a paixão, que te faz suar, deixar de comer e ter insónias; chega o sexo, que te vicia; chega a camaradagem que te aconchega… mas o amor, menina…
E essa grande parte da vida, passa-la entre autocarros cheios de gente que te olha, que se senta a tua beira, que te ignora… que cheira a lavanda ou a canela… que fede… mas não sabe o que te passa pela cabeça… não vê da mesma forma, a forma das gotas da chuva.
Amanhã, lá estarei à tua espera. À mesma hora. Na tasca do costume.
Por onde andas, miúda? Arranjaste mais um dos teus casos infrutíferos? Estou farto de te avisar… o amor anda de mãos dadas com o desamor. O amor grande parte da nossa vida, não chega. Chega a paixão, que te faz suar, deixar de comer e ter insónias; chega o sexo, que te vicia; chega a camaradagem que te aconchega… mas o amor, menina…
E essa grande parte da vida, passa-la entre autocarros cheios de gente que te olha, que se senta a tua beira, que te ignora… que cheira a lavanda ou a canela… que fede… mas não sabe o que te passa pela cabeça… não vê da mesma forma, a forma das gotas da chuva.
Amanhã, lá estarei à tua espera. À mesma hora. Na tasca do costume.
2 comentários:
O amor não anda de mãos dadas... o amor nem anda sequer... vegeta algures!!
O pior dos autocarros é haver tanta gente lá dentro, gente que te olha e não te vê, gente que cheira a lixívia de trabalho para sobreviver e não para viver, de gente que se aproveita da multidão para se aproveitar de ti...
E se chove lá fora não vêem, só vêem que a paragem está cheia de gente, que as linhas são menos e os autocarros mudaram. Se chove cá dentro não vêem, só falam da merda das senhas novas, da merda das novas linhas, da merda dos ministros que não andam de autocarro, da merda do governo, da merda do país...
Pois chove cá dentro todos os dias e não é por causa da merda do governo nem por causa da merda dos autocarros. Chove porque tem de chover até parar chove porque a mediocridade dói e magoa e aterroriza... Chove chove chove...
o amor... a viagem sem volta. O governo desgovernado. A terra do Nunca... e nos entretantos... a chuva... que molha mas k alimenta o terreno.
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